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Arquitetos: Inca Hernández
- Área: 670 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:João Morgado - Architecture Photography
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Fabricantes: Acero Soria SA de CV, AutoDesk, Canceles AGA, Comex, Home Depot, Interceramic, Novaceramic, Rústicos artesanales, Tekno-Step
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Cidade do México é um cenário histórico repleto de um enorme patrimônio cultural e arquitetônico abrigado em seus "bairros mágicos". Entre eles está Tacuba, localizado a noroeste do centro da cidade. Este bairro sofreu transformações sociais e urbanas que perduram até aos dias de hoje onde encontram-se vestígios forjados em diferentes épocas.
No final do século XIX e início do século XX, Tacuba tornou-se uma das áreas mais ricas da cidade com grandes casas de campo que, com o passar do tempo e as diferentes mudanças políticas, começaram a ser abandonadas e muitas foram demolidas. No entanto, entre estes restos a casa do Mar Mediterrâneo permaneceu.
Construída em 1910 com um eclético estilo francês pertencente à época do Porfiriato, atualmente tem valor histórico pelo Instituto Nacional de Belas Artes (INBA) e pelo Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH). O projeto partiu da ideia de gerar uma segunda vida na casa composta por duas galerias, sendo que a primeira está na fachada principal enquanto a segunda, no interior, tem vista para o pátio lateral; no entanto, ambas estavam em deterioração avançada e a segunda estava em ruínas.
A partir destas características, concretiza-se o restauro e intervenção dos elementos originais da época, onde os espaços se regeneram com uma nova materialidade, assim como são recuperados da fachada principal os múltiplos elementos artísticos e artesanais, como é o caso da pedra talhada das varandas e as vergas, as grades de ferro, as grandes janelas e o azulejo da cornija, com o intuito de reabilitar a nova imagem urbana. A segunda galeria é reconstruída como uma releitura do passado com um caráter contemporâneo, onde se ergue um novo volume que emoldura o céu através do pátio lateral existente e retoma o arranjo dos antigos limiares como uma sequência de luz e sombra; É assim que essas aberturas se erguem intermitentemente do térreo em pé direito duplo e se tornam um elemento sólido da arquitetura introspectiva.
O projeto busca a fusão entre o que prevalece e o que renasce, por meio de uma conexão linear entre duas épocas; Esta ligação também se reflete na percepção do acesso por meio de um rodapé (pedra vulcânica negra) que circunda todo o térreo e funciona como base para elevar o que ressurgiu. A casa restaurada tem 3 níveis com 7 unidades habitacionais que se adaptam a diferentes espaços flexíveis entre Loft, escritório, espaço familiar e cobertura; que interagem com vistas para os elementos históricos no pátio principal e com dois pátios adicionais menores que se abrem para uma árvore envolvida por um conjunto de treliças que permite a entrada de luz natural, adquirindo um caráter autóctone.
O objetivo da intervenção é gerar um legado que incentive a transformação de Tacuba para valorizar e resgatar o seu valor patrimonial, através da utilização sustentável dos espaços para dar vida ao Bairro Mágico.